«Amanhã encaixotaremos o Maurício
(esqueleto nº3)»
O. da Veiga Ferreira, quarta-feira, 18 Junho de 1952, na Moita do Sebastião em Muge.
Se não fosse o O. da Veiga a escrever sobre a mulher que está doente, sobre o Maurício, o Zé... nos cadernos de campo, já me tinha atirado pela janela, seriously.
Wednesday, January 27, 2010
Tuesday, January 19, 2010
Frio o dia inteiro
A propósito de um artigo que saiu hoje no jornal O Público:
«Um terço dos portugueses sem meios para ter a casa quente»
(clicar para lêr o artigo)
É comum perguntarem-me se não morro de frio quando estou na Suécia. A resposta é: NÃO.
Frio tenho eu quando estou em Portugal! As casas, as escolas e a grande maioria dos locais de trabalho são frios, e o que acontece em Portugal, é que sentimos frio (e os ossos gelados!) durante o dia inteiro.
O artigo do Público fala da questão da possibilidade de pagar ou não a conta do aquecimento.
Penso que não é assim tão simples... não é só se temos ou não dinheiro para pagar a conta da electricidade ou da madeira para a lareira. A questão reside essencialmente na qualidade das construções. É um problema de raíz! Mesmo que haja um aquecedor por divisão, em Portugal nunca é o suficiente, pois o calor acaba sempre por escapar...
Pelo contrário, na Suécia (por exemplo), as casas são construidas com isolamento apropriado (seja nas paredes, tecto, chão, janelas...tudo!_e nem por isso as casas são mais caras, até pelo contrário) e depois basta ligar uns aquecedores e a casa fica quentinha. Não há a questão do calor se escapar pelas janelas, pelas paredes de tijolos e até por debaixo da porta! Só se sente o frio quando se vai à rua. Já para não falar de que as paredes não estão cobertas de azulejos nem o chão de tijoleira...
Nunca há o problema dos pés e mãos geladas quando estamos a trabalhar, seja em casa, seja na escola ou no escritório. Até quando tomo banho sinto a diferença... em Portugal saio da banheira a tremer :)
«Um terço dos portugueses sem meios para ter a casa quente»
(clicar para lêr o artigo)
É comum perguntarem-me se não morro de frio quando estou na Suécia. A resposta é: NÃO.
Frio tenho eu quando estou em Portugal! As casas, as escolas e a grande maioria dos locais de trabalho são frios, e o que acontece em Portugal, é que sentimos frio (e os ossos gelados!) durante o dia inteiro.
O artigo do Público fala da questão da possibilidade de pagar ou não a conta do aquecimento.
Penso que não é assim tão simples... não é só se temos ou não dinheiro para pagar a conta da electricidade ou da madeira para a lareira. A questão reside essencialmente na qualidade das construções. É um problema de raíz! Mesmo que haja um aquecedor por divisão, em Portugal nunca é o suficiente, pois o calor acaba sempre por escapar...
Pelo contrário, na Suécia (por exemplo), as casas são construidas com isolamento apropriado (seja nas paredes, tecto, chão, janelas...tudo!_e nem por isso as casas são mais caras, até pelo contrário) e depois basta ligar uns aquecedores e a casa fica quentinha. Não há a questão do calor se escapar pelas janelas, pelas paredes de tijolos e até por debaixo da porta! Só se sente o frio quando se vai à rua. Já para não falar de que as paredes não estão cobertas de azulejos nem o chão de tijoleira...
Nunca há o problema dos pés e mãos geladas quando estamos a trabalhar, seja em casa, seja na escola ou no escritório. Até quando tomo banho sinto a diferença... em Portugal saio da banheira a tremer :)
Monday, January 18, 2010
Diana
Desde que viémos para a Suécia, todas as segundas-feiras ao acordar, lá vamos nós espreitar a actuação da Diana na noite anterior. Em Portugal viamos em directo, mas agora mesmo longe não perdemos pitada!
Lindo!
Live and Let Die!
...e Janis, my favourite!
Lindo!
Live and Let Die!
...e Janis, my favourite!
Sunday, January 17, 2010
Friday, January 15, 2010
Bolos para um Funeral
Ontem tivemos um funeral. Apesar da tristeza do momento foi interessante participar na cerimónia, que em tudo é diferente da nossa portuguesa. É engraçado que mesmo com esta globalização, UE e IKEA em todo o lado, as pessoas mantém ainda tradições e formas de tratar os seus mortos muito diferentes. Imaginem então na pré-história a diversidade que haveria!
Torre sineira nórdica. Não se vê bem na foto, mas estão dois sinos dentro do pequeno telhado triangular.
O interior da Igreja (Ortodoxa). Luminoso e quentinho.
Com os livros dos Salmos distribuídos pelos bancos... que não têm o estrado para a pessoa se ajoelhar.
Foi uma cerimónia pequena e modesta. Mas não faltou Bach tocado no orgão da igreja local: a melhor forma de celebrar um ente querido.
Na maioria dos casos, as pessoas são cremadas. As sepulturas são muito simples e muitas das vezes as cinzas são espalhadas numa das áreas do cemitério, onde depois cresce relva...
Depois da cerimónia na igreja, há uma pequena recepção onde os amigos e familiares se reunem. Cada um preparou algo... come-se, contam-se histórias e recorda-se quem acabou de partir. No final até há bolo. Achei simpático e muito, muito carinhoso...
Sit Tibi Terra Levis!
Thursday, January 7, 2010
Wednesday, January 6, 2010
Sailing! (no Verão, claro)
Tem estado um frio de rachar. Ontem fomos até aos -22ºC e hoje durante o dia tem variado entre -16 e -14. Onde vive uma amiga nossa, só um pouco mais a norte e ao centro (Dalarna), estiveram -35...
Mas os dias têm estado lindos... uma vista da janela do nosso quarto (ontem à tarde, quando ainda pensava ser possível pôr o pé na rua):
O passeio foi no principal lago aqui da região de Estocolmo, o Malaren.
Os meus pés à fresca!
A relvinha que se vê ao fundo é uma praia! É espectacular! Mas cuidado com os cisnes, que quando estão danados, atiram-se às pessoas...
Uma borboleta à boleia :)
perto da margem...
e o sogro marinheiro a descansar!
Sim, isto parece calminho, mas quando apanhávamos o vento a jeito, lá iamos nós a toda a velocidade!
Bem bom (até me apetece assobiar a música do Verão Azul, hehe)!
Tuesday, January 5, 2010
Janelas I
No Inverno, as horas de luz solar são muito escassas. Em Portugal andamos aborrecidos por sairmos do trabalho às 18h e já ser de noite... pois, aqui na área de Estocolmo, às 3 da tarde já está escuro! Já para não falar que os dias de céu azul e sol a brilhar são muito mais raros.
Acho que deve ser por isso que nestes países mais a norte, o uso de estores é muito raro e a maioria das casas (incluindo apartamentos) nem têm!
Seja de noite ou de dia as janelas estão “descortinadas” para o mundo. Para uma nativa do sul da Europa isto parece muito estranho, e vocês compreenderão porquê. Chega a certa hora, toca a baixar os estores, fechar tudo muito fechadinho, não vá o vizinho ou algum outro com piores intenções espreitar a nossa intimidade.
Lembro-me agora do que disse uma amiga minha quando se mudou de Portugal para o norte da Holanda: «…a casa é óptima, mas as janelas são tão grandes (e sem cortinas), parece que vivo num aquário!»
Devido a este hábito, as decorações nas janelas são muito ricas e variam com a estação do ano. No Natal as luzes dominam, claro! Eis dois exemplos em casa dos pais do Tore, que podiam ter sido tirados de qualquer outra casa sueca:
Penso que este pormenor das janelas abertas/fechadas contém alguns pontos importantes que distinguem estas culturas, na sua forma de estar e encarar a vida. Ao deixarem as suas janelas abertas não só esperam a entrada dos raros mas preciosos raios solares (e dos astros nocturnos), como também transmitem a confiança que há no Outro. Nos países do norte, não se vêm os muros altos e os arames farpados que para nós são normais e necessários (pensamos nós!). Alguns estarão a pensar que será “por motivos de segurança”… aqui também há crime, gangs e tudo o mais, mas mesmo assim as pessoas preferem não estar aprisionadas dentro das próprias casas.
Dá que pensar… Á partida uma coisa simples, é afinal um assunto “com pano para mangas”. Foi então “Janelas I”.
Acho que deve ser por isso que nestes países mais a norte, o uso de estores é muito raro e a maioria das casas (incluindo apartamentos) nem têm!
Seja de noite ou de dia as janelas estão “descortinadas” para o mundo. Para uma nativa do sul da Europa isto parece muito estranho, e vocês compreenderão porquê. Chega a certa hora, toca a baixar os estores, fechar tudo muito fechadinho, não vá o vizinho ou algum outro com piores intenções espreitar a nossa intimidade.
Lembro-me agora do que disse uma amiga minha quando se mudou de Portugal para o norte da Holanda: «…a casa é óptima, mas as janelas são tão grandes (e sem cortinas), parece que vivo num aquário!»
Devido a este hábito, as decorações nas janelas são muito ricas e variam com a estação do ano. No Natal as luzes dominam, claro! Eis dois exemplos em casa dos pais do Tore, que podiam ter sido tirados de qualquer outra casa sueca:
Penso que este pormenor das janelas abertas/fechadas contém alguns pontos importantes que distinguem estas culturas, na sua forma de estar e encarar a vida. Ao deixarem as suas janelas abertas não só esperam a entrada dos raros mas preciosos raios solares (e dos astros nocturnos), como também transmitem a confiança que há no Outro. Nos países do norte, não se vêm os muros altos e os arames farpados que para nós são normais e necessários (pensamos nós!). Alguns estarão a pensar que será “por motivos de segurança”… aqui também há crime, gangs e tudo o mais, mas mesmo assim as pessoas preferem não estar aprisionadas dentro das próprias casas.
Dá que pensar… Á partida uma coisa simples, é afinal um assunto “com pano para mangas”. Foi então “Janelas I”.
Monday, January 4, 2010
Back in the North
Não é o primeiro Inverno que passo na Suécia, mas este vai ser o mais longo. Desta vez vão ser dois meses (um pouco mais) dentro de um dos mais rigorosos Invernos da Europa.
Numa espécie de Diário, quero partilhar, sobretudo com a minha família e amigos, algumas experiências e fotografias desta minha jornada.
Tem estado muito frio (-10 ºC em média, durante o dia) e hoje, uma semana após ter chegado, aventurei-me numa caminhada de pouco mais de 1h à volta de um pequeno lago que há aqui perto do nosso estúdio - Ulvsunda's lake.
Vesti o que pude e lá fui eu com a minha hoodie de BlackLodge! Aqui fica uma pequena foto-reportagem. Enjoy!
A primeira ponte que atravessa o lago. A ponte para o Inverno!
O início "oficial" da minha caminhada:
e aqui já a entrar "in the woods" com o lago do lado esquerdo.
Uma das pernadas do lago, totalmente em gelo:
Sim, aqui costuma haver montes de patos e cisnes selvagens! Onde estão eles?!
O lago completamente congelado. Algumas pessoas a esquiar no meio do lago... e patos nada! Ainda este Verão tomámos banho aqui...
Mas há pássaros!
...e muitos!
E comidinha...
Algumas casas aqui ao lado...
e vestígios de que o Verão existe!
Numa espécie de Diário, quero partilhar, sobretudo com a minha família e amigos, algumas experiências e fotografias desta minha jornada.
Tem estado muito frio (-10 ºC em média, durante o dia) e hoje, uma semana após ter chegado, aventurei-me numa caminhada de pouco mais de 1h à volta de um pequeno lago que há aqui perto do nosso estúdio - Ulvsunda's lake.
Vesti o que pude e lá fui eu com a minha hoodie de BlackLodge! Aqui fica uma pequena foto-reportagem. Enjoy!
Ao sair do estúdio:
A primeira ponte que atravessa o lago. A ponte para o Inverno!
O início "oficial" da minha caminhada:
e aqui já a entrar "in the woods" com o lago do lado esquerdo.
Uma das pernadas do lago, totalmente em gelo:
Sim, aqui costuma haver montes de patos e cisnes selvagens! Onde estão eles?!
O lago completamente congelado. Algumas pessoas a esquiar no meio do lago... e patos nada! Ainda este Verão tomámos banho aqui...
Mas há pássaros!
...e muitos!
E comidinha...
Algumas casas aqui ao lado...
e vestígios de que o Verão existe!
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